Florianópolis – Dirigentes de sindicatos de trabalhadores, federações e centrais sindicais estão visitando os deputados estaduais em seus gabinetes, na Assembléia Legislativa, com o propósito de demonstrar aos parlamentares as vantagens da instituição do piso salarial para SC. Projeto nesse sentido foi enviado pelo governo do Estado no dia 10 de julho e deve ser votado até 10 de setembro. No dia 14 de julho o movimento sindical catarinense entregou na Alesc documento contendo 45.902 assinaturas favoráveis ao piso, resultantes de abaixo-assinado realizado em todo o Estado.
As visitas aos deputados começaram ontem (dia 4 de agosto) e fazem parte da estratégia do movimento sindical em favor do piso salarial. Outras ações e atividades estão sendo encaminhadas, e o movimento sindical faz um apelo a todos os trabalhadores e trabalhadoras para que compareçam em massa à Assembléia, no dia da votação do projeto. “A implantação do piso salarial só trará benefícios para a sociedade”, avalia Ivo Castanheira, coordenador sindical do Dieese em SC.
O supervisor técnico do Dieese em SC, economista José Álvaro Cardoso, assegura que o impacto econômico poderá ser facilmente absorvido pelas empresas, já que a diferença entre a média salarial paga aos trabalhadores e trabalhadoras no estado de Santa Catarina (de R$ 1.094,00 mensais) e o piso estabelecido no Projeto de Lei (de R$ 587,00) é de 53%. “Estamos há três anos discutindo esse assunto, enquanto nos outros estados do Sul o piso já é realidade faz tempo”, resume o economista. Entre as vantagens da implantação do piso, José Álvaro Cardoso cita a ampliação do mercado interno, sendo o piso estadual um instrumento para enfrentar a crise, e o desenvolvimento socioeconômico. O economista enfatiza ainda que o crescimento médio do PIB (Produto Interno Bruto) catarinense nos últimos anos tem ficado acima do crescimento do PIB do Brasil, uma razão a mais para o Estado praticar valores diferentes do salário mínimo nacional.
Senhor deputado: vote sim pelo Piso Estadual de Salário
O Piso Estadual de Salário é viável para Santa Catarina e quem disser o contrário está indo na contra-mão da história e especialmente negando aos trabalhadores e trabalhadoras catarinenses o acesso a uma vida um pouco melhor. A classe trabalhadora catarinense está unida nesta luta pela implantação do piso estadual de salários. Em torno desta bandeira estão todas as centrais sindicais, federações e entidades representativas de trabalhadores o que, por si só, deveria ser suficiente para “sensibilizar” os nossos deputados estaduais que, ao que parece, estão na dúvida em relação ao assunto.
Alguns deputados catarinenses, infelizmente, ainda não sabem se atendem aos apelos dos empresários que, por meio da Federação patronal, a Fiesc, já se pronunciaram contra a implantação do piso estadual, ou ficam ao lado dos trabalhadores, que há anos brigam por esse benefício. O movimento sindical catarinense, inclusive, coletou recentemente 45.902 assinaturas junto à população, para avalizar e comprovar o desejo dos trabalhadores e trabalhadoras de Santa Catarina e da sociedade, de um modo geral. Por enquanto, estamos confiantes no bom senso dos deputados e esperamos que eles façam a parte deles, que é a de votar a favor do que é bom para a maioria.
De acordo com dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos de Santa Catarina) a diferença entre o piso estadual proposto e o valor do salário mínimo nacional a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2010, não passará de 15%, percentual que não representaria perdas para o patrão, mas ganhos para a classe trabalhadora. Nós, representantes dos trabalhadores e trabalhadoras, temos obrigação de repudiar os argumentos contrários à implantação do piso estadual de salário e conclamar o povo catarinense a cobrar de seus deputados representantes atitudes e ações que correspondam à vontade da maioria. O povo catarinense e o governo do estado são a favor. Senhores deputados: votem sim pelo Piso Estadual de Salário! Caso contrário, perderão a confiança depositada nas últimas eleições.
Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/SC);
Central Única dos Trabalhadores de SC (CUT/SC);
Força Sindical de SC;
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST/SC);
União Geral dos Trabalhadores (UGT/SC).
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