Jaraguá do Sul – O Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário não vai homologar as rescisões de contrato de trabalho dos 157 trabalhadores da Mannes que foram demitidos no dia 18 de maio, sem o comprovante do pagamento das parcelas em atraso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A empresa queria homologar as rescisões sem o pagamento do FGTS, mas isso não foi aceito pelo Sindicato nem pelos trabalhadores demitidos, que se reuniram no Sindicato na tarde do dia 20 de maio para definirem o que fazer. Além de demitir e não pagar as verbas rescisórias no prazo previsto em lei, a empresa está devendo quatro meses de FGTS. A situação dos trabalhadores é cruel. Quando chegar o dia do pagamento do salário do mês, eles não vão receber nenhum tostão. Sem emprego, sem salário e sem indenização. A grande maioria mora de aluguel e tem família para sustentar.
De acordo com a presidente do Siticom, Helenice Vieira dos Santos, a empresa se comprometeu a pagar o que deve de FGTS no dia 28 de maio. Somente depois dessa data e da comprovação do pagamento, serão agendadas as rescisões, que serão feitas no Sindicato para que os trabalhadores possam retirar o FGTS e entrar com o pedido de seguro desemprego. Caso a empresa não pagar as parcelas devidas do FGTS, a assessoria jurídica do Sindicato vai entrar com ação na Justiça para cobrar o que é de direito dos trabalhadores. Ainda de acordo com Helenice Vieira dos Santos, as demissões foram feitas “de surpresa” e os trabalhadores sequer foram comunicados do parcelamento das verbas rescisórias. Assim, coube ao Sindicato a ingrata tarefa de comunicar aos trabalhadores e trabalhadoras a decisão da empresa de não pagar as rescisões na data prevista em lei, que é de 10 dias após a demissão. A proposta da empresa é pagar a dívida para com os trabalhadores em até 16 meses.
Mannes demite 157 trabalhadores e não paga as verbas rescisórias
Guaramirim – Os 157 trabalhadores demitidos esta semana da Mannes estarão na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Mobiliário (Epitácio Pessoa, 45, em Jaraguá do Sul) às 14 horas de hoje, dia 20 de maio, para decidirem o que fazer em relação ao golpe aplicado contra eles pela empresa que, além de demitir, não quer pagar as verbas rescisórias conforme manda a lei. Os representantes da empresa, que se encontra em recuperação judicial, alegam falta de dinheiro e querem saldar a dívida para com os trabalhadores em parcelas de até 16 meses. De acordo com o consultor da Mannes, Paulo Campos, o custa das demissões é de R$ 1milhão e 600 mil, dinheiro que, segundo Campos, a empresa não tem. O FGTS dos trabalhadores também não está sendo depositado há quatro meses.
As demissões aconteceram dias 18 e 19 deste mês e pegou os trabalhadores de surpresa. Alguns têm mais de 20 anos de trabalho. Jonatan da Silva, cinco anos de Mannes, trabalhador da laminação e corte de espuma, afirma que em nenhum momento a empresa disse teria que demitir: “Estou decepcionado, é difícil começar tudo do zero, agora”. Jonatan considera “uma pouca vergonha” a empresa querer parcelar a rescisão. Já Sebastião Correa da Luz, 54 anos, dois anos e quatro meses de Mannes, no setor de bordadeira reclama: “A gente não esperava a demissão, não sei o que fazer”. Casado, pai de uma filha, Sebastião também se queixa do parcelamento da rescisão: “Espero que isso não venha a comprometer o nosso orçamento”.
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