Diretoria do Siticom é reeleita com 95% dos votos favoráveis

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Campanha Salarial de 2010 já começou. 
Negociação com patrões não chegou a acordo

Mesa de apuração dos votos. No detalhe, Helenice Vieira, presidente eleita.

A chapa única “Resistência e Compromisso”, liderada pela atual presidente Helenice Vieira dos Santos, foi eleita para novo mandato de três anos à frente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário de Jaraguá do Sul e Região (Siticom). A coleta e apuração dos votos aconteceram dia 12 de agosto. De um total de 612 trabalhadores e trabalhadoras associados aptos ao voto, 475 (quórum de 77,61%) votaram em uma das oito urnas itinerantes e uma fixa na sede. A Chapa única obteve 449 votos “sim” (94,52%), contra 19 votos “não” (4%) e seis votos em branco (1,48%). Helenice é a primeira mulher a presidir o Siticom, que completa 51 anos de existência em 2010. Ela ocupa o cargo de presidente desde meados do atual mandato, devido ao pedido de licença feito pelo então presidente, Riolando Petry, hoje assessor de gabinete na Câmara de Vereadores. Posse da nova diretoria será em dezembro.

Ao falar sobre o resultado amplamente favorável das eleições, agradecendo a contribuição de todo o movimento sindical da microrregião e a CUT de SC, Helenice reuniu as mulheres dirigentes sindicais e do movimento social que estavam presentes e destacou: “não queremos ser mais do que ninguém, junto comigo está um grupo de companheiras de luta. Nosso grande desafio será o combate à desigualdade entre homens e mulheres, no trabalho e na sociedade”.

O presidente da CUT/SC (Central Única dos Trabalhadores), Neudi Giachini, lembrou que durante todo o processo eleitoral do Sindicato houve tentativa de montagem de uma chapa de oposição, mas que não obteve êxito. “Com quase 95% de aprovação, a diretoria atual do Sindicato provou que está bem, perante os os trabalhadores e trabalhadoras, tem coragem de enfrentar as lutas, não tem medo de medir a aceitação na base da categoria”.

Negociação Coletiva

A data-base da categoria é em 1º de agosto e já houve a primeira negociação coletiva entre os patrões e a comissão dos trabalhadores, mas sem acordo. A pauta de reivindicações dos trabalhadores prioriza a reposição integral da inflação/INPC e aumento real de salário de 15%. Prevê a unificação dos pisos salariais para os trabalhadores da Construção e do Mobiliário, em R$ 1.000,00, com Salário Normativo (após 90 dias de trabalho na empresa) de R$ 1.500,00 para Pedreiros e Carpinteiros. Entre as cláusulas sociais, estão a licença maternidade de 180 dias para as mães trabalhadoras; obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção individual e coletiva e que os mesmos sejam fornecidos pela empresa; qualidade e proteção no local de trabalho; regulamentação da função, o que significa registro em carteira da função a ser exercida; aumento do adicional noturno, dos atuais 20% para 30%, treinamento adequado aos trabalhadores e trabalhadoras, como forma de evitar acidentes, e avaliação dermatológica para os trabalhadores da Construção.

A presidente Helenice tem boas expectativas em relação à negociação. “Ao longo de 2009, um conjunto de medidas governamentais para estimular a economia auxiliou a sustentação e até mesmo permitiu a ampliação do nível de emprego em diversos setores, em especial na Construção. O aumento da oferta de crédito por intermédio dos bancos públicos, as isenções fiscais sobre materiais de construção e os investimentos públicos em infraestrutura e em habitação popular são exemplos de medidas que beneficiaram o segmento da Construção”, afirma, lembrando que o emprego também está em alta no setor: “O Dieese prevê geração de 200 mil novos empregos com carteira assinada em 2010, devido à redução da taxa básica de juros, ampliação de linhas de financiamento habitacional, programa Minha Casa, Minha Vida, manutenção e ampliação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e obras necessárias devido a eventos internacionais que acontecerão no país, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e as Olimpíadas de 2016”. Helenice lembra ainda que “a indústria da construção, em função do desempenho favorável, promete ser o motor de crescimento da economia nos próximos anos”.

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