Dirigentes das Centrais Sindicais, Federações de Trabalhadores e patronais de Santa Catarina entregaram na tarde de hoje ao governador Raimundo Colombo o documento de Acordo Coletivo que prevê reajustes do Piso Salarial Estadual retroativos a 1º de janeiro. Os novos valores das faixas salariais ficaram entre R$ 700,0 e R$ 800,00 – são quatro faixas no total. A audiência aconteceu no Centro Administrativo, com a presença do senador Luiz Henrique da Silveira. “O Piso Estadual é tão importante para o movimento sindical quanto o reajuste do Salário Mínimo Nacional porque serve de parâmetro para as negociações coletivas e beneficia direta e indiretamente milhares de trabalhadores e trabalhadoras”, disse o diretor sindical do Dieese/SC, Ivo Castanheira. “O diálogo demonstra amadurecimento da negociação entre os dois segmentos, classe trabalhadora e patrões”. A mensagem do Projeto de Lei será entregue pelo governador ao presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Luiz Merísio, dia 27 de janeiro, em reunião na Fiesc.
O governador disse que está “em posição privilegiada” para encaminhar o Projeto à Assembleia, sem alterações. Pelo segundo ano, o governo do estado não participa das negociações de reajuste do Piso Salarial Estadual. “Isso demonstra organização das instituições, conscientização em favor do entendimento e do bom senso”, afirmou Raimundo Colombo. As entidades sindicais vão prosseguir com a coleta de assinaturas de modo a garantir o reajuste automático do Piso Estadual através de Projeto de Lei de iniciativa popular, com base no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e na reposição integral do INPC/inflação anuais. Objetivo é coletar pelo menos 50 mil assinaturas, todas com o número do Título Eleitoral do assinante, e encaminhar o Projeto à Assembleia Legislativa. “Se o reajuste fosse vinculado à Lei seria melhor”, avalia Ivo Castanheira.
O diretor técnico do Dieese/SC, José Álvaro Cardoso, considerou “ótimo” o resultado das negociações entre as Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores e a Fiesc e Federações patronais do Transporte e do Comércio. O economista do Dieese analisa: “A crise mundial, que afeta os clientes da indústria catarinense no Japão, Estados Unidos e Europa, é uma razão a mais para se fortalecer o mercado interno e Santa Catarina pode pagar mais do que o Salário Mínimo. O Piso Estadual beneficia a todos, trabalhadores e patrões”. Pelo Acordo, a segunda faixa salarial passa para R$ 725,00 (9,85%), a terceira para R$ 764,00 (9,93%) e a maior faixa salarial fica em R$ 800,00 (9,59% de reajuste).
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