Trabalhadores lesados por empreiteiro caloteiro são ressarcidos pela Justiça depois de sete anos

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Denúncia do Sindicato foi feita em 2008 e acatada pelo Ministério Público do Trabalho

Depois de sete anos de espera 48 trabalhadores da construção estão recebendo as verbas rescisórias não pagas pela Empreiteira de Mão de Obra Altair José Bonfati. Na época, os trabalhadores estavam construindo o Residencial Algarve, no Bairro Amizade, e não recebiam os salários em dia, não tinham Carteira assinada e tampouco acomodações e refeições decentes lhes eram fornecidas. O Siticom denunciou o caso ao Ministério Público do Trabalho que entrou com uma ação coletiva e agora todos estão sendo ressarcidos. O pagamento começou esta semana, na 2ª Vara do Trabalho, mas todos foram até a sede do Siticom para serem orientados. Os valores variam de R$ 2 a R$ 5 mil e são pagos em uma única parcela, incluindo a indenização dos trabalhadores pelo dano moral sofrido.

“É o Sindicato fazendo a sua parte”, define a presidente do Siticom, Helenice Vieira dos Santos. De acordo com ela, o dono da empreiteira, também conhecido como “Laranjeira”, deixou de cumprir várias normas e leis trabalhistas. “É o trabalhador sendo tratado como ninguém, sem direito à alimentação. Até as roupas e carteiras de trabalho dos trabalhadores ele escondeu. O último pagamento dele aos trabalhadores foi feito na delegacia de polícia”, lembra Helenice, elogiando a ação do Ministério Público do Trabalho, a partir da denúncia feita pelo Sindicato, em 2008. “Defender os direitos dos trabalhadores é a função do Sindicato e o Ministério Público atua no resgate dos direitos e garantia da dignidade”, resume. Helenice destaca o apoio do advogado Clemente Mannes, falecido no final daquele ano e responsável pela denúncia, e ao ex-presidente Riolando Petry, à frente do Siticom na época.

O pedreiro Antônio Ferreira da Silva, hoje com 42 anos, chegou a se tornar avô durante os anos de espera pela decisão da Justiça. “Na época eu nem sonhava com a filha, casada”, acrescenta. Antônio, hoje com 42 anos, lembra do dia em que saiu de Laranjeiras do Sul, no Paraná, com a promessa de emprego em Jaraguá do Sul, feita pelo empreiteiro Altair Bonfatti. “Nem viemos de ônibus. A gente veio deitado em cima da camionete Silverado que ele tinha. Chegamos aqui, não tinha salário, a família ficou no Paraná e não dava para irmos embora daqui”. Na Delegacia de Polícia, o empreiteiro Laranjeira pagou, em dinheiro, o valor da passagem de ônibus de volta para o Paraná. O servente Cleomar Ferreira da Silva casou, logo após o retorno. Ele diz que “não esperava” receber o dinheiro da ação trabalhista: “Pra mim era um dinheiro perdido”. 
Até o momento, 18 trabalhadores ainda não receberam os valores da ação trabalhista porque não foram localizados pela Justiça.

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